O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) enviou para a Fiocruz, na segunda-feira, 12 de julho, amostras de dois prováveis casos da variante Delta do coronavírus (B.1.1.617.2 – de origem na Índia) identificados no RS.
Na Fiocruz, as amostras (de secreção de nasofaringe) passarão por exames mais detalhados para confirmação.
É a primeira vez que casos suspeitos dessa linhagem do vírus são identificados no Rio Grande do Sul.
Os casos referem-se a um morador de Gramado e outro de Santana do Livramento.
Nos últimos dias, as vigilâncias municipais adotaram as medidas sanitárias necessárias.
Houve a identificação das pessoas e rastreamento de contatos dos casos, além do isolamento e coleta de amostras para RT-PCR.
O paciente gramadense segue em isolamento domiciliar e seu estado de saúde é estável.
A Vigilância em Saúde, da Secretaria da Saúde de Gramado, realizou rapidamente a identificação e os possíveis contatos do morador.
As amostras foram analisadas pelo Laboratório Central do Estado (Lacen/RS) e Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CDCT) em testes preliminares.
Na Fiocruz, no Rio de Janeiro, essas amostras passarão por um sequenciamento genômico, que fornece detalhes do perfil de mutações e classifica com precisão a linhagem de cada amostra. Já os testes que vem sendo aplicados pela própria Secretaria da Saúde (SES) indicam se determinada amostra é uma provável VOC (variante de preocupação, da sigla em inglês) a partir da identificação genes específicos que são diferentes entre os tipos de vírus.
Além desses dois casos de prováveis Delta, três possíveis casos da variante Alfa (B.1.1.7, origem no Reino Unido) foram identificados e estão em investigação para confirmação.
Variantes do coronavírus
Algumas linhagens do SARS-CoV-2 preocupam quanto a alterações no seu comportamento por carregarem algumas mutações específicas.
A maioria dessas mutações está concentrada na proteína Spike, a responsável por reconhecer as células humanas e ajudar o vírus a penetrar nessas células do indivíduo.
Quando comprovadas essas alterações e identificada uma ameaça à saúde pública ou ao controle do vírus, se denomina então de “variante de preocupação” (VOC – do inglês variants of concern). Variantes de preocupação (VOC) são aquelas para as quais existem evidências científicas de uma mudança no comportamento do vírus. As principais mudanças que requerem atenção são: aumento da transmissibilidade, aumento dos casos graves, redução significativa da neutralização por anticorpos gerados durante infecção prévia, eficácia reduzida de tratamentos ou vacinas ou, ainda, falhas de detecção no diagnóstico.
Os exemplos mais conhecidos e de maior preocupação entre as VOCs já identificadas são: Alfa (B.1.1.7, origem no Reino Unido), Beta (B.1.351, origem na África do Sul), Gama (P.1, origem no Brasil), e a Delta (B.1.617, origem na Índia).
No Rio Grande do Sul, assim como no Brasil, a linhagem predominante em mais de 99% dos casos analisados é, majoritariamente, a Gama (P.1).
Foto: Alissa Eckert, MS; Dan Higgins, MAM/CDC/Handout via Reuters. Texto: Secretaria Estadual de Saúde e Departamento de Comunicação da Prefeitura de Gramado.
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